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O Mundo é um grande laboratório

  • Foto do escritor: WalberPena
    WalberPena
  • 22 de jan. de 2021
  • 3 min de leitura

É estranho como o princípio básico de que "das coisas surgem coisas" causa estranheza nas pessoas, não sei se por falta de conhecimento ou pela acomodação da ociosidade natural do ser humano.


Sempre fui acostumado à adaptação minha pessoal ao mio ou do próprio meio que me cercava, muitas vezes por falta, o que era muito comum na época em que comecei a me interessar pelo novo e pelo desconhecido. Nas TVs de tubo dá época, reinavam séries que também estimulavam essa curiosidade ou mesmo se aproveitavam dela, para atrair cada vez mais audiência, mas o que realmente importava, é que uma alimentava naturalmente a outra. Enquanto Moonbase 1999, Star Trek e Battlestar Galactica desafiavam o desconhecido, eu desafiava o mundo minha volta e começava a criar minhas próprias teorias sobre o universo.


Usei essa longa apresentação para mostrar que em algum momento na vida, o mundo não era gerido por Ctrl+C e Ctrl+V, que tudo precisava ser pensado e muitas vezes criado do nada, as contas eram feitas com caneta e papel e não com aplicativos que hoje amarram a humanidade na ociosidade "descriativa", deixando todos à mercê de um botão para salvar a humanidade. Humanidade esta que se surpreende quando jovens inovadores apresentam projetos úteis para a nosso cotidiano a partir de rejeitos ou materiais "pobres", usando aqui uma analogia a nobreza de muitos componentes. De repente todos nós fomos rotulados de hipsters antenados, numa deturpação clara ao próprio sentido da palavra.


Faz algum tempo, resolvi mostrar em um vídeo como faço para conservar meus jogos de tabuleiro, usando os mesmos meios que aplico nos meus protótipos. Munido dos meus talcos e vernizes spray parti para a produção do conteúdo de forma simples e objetiva. Alguns questionamentos foram levantados por usuários de Ctrl+C e Ctrl+V, que queriam saber qual a minha formação para orientar o uso desses materiais, se eu tinha fichas técnicas que comprovam a eficácia dos mesmos, se eles não iriam danificar os componentes, como iriam reagir com as tintas.


Bom, apesar de deixar claro no vídeo que o que eu estava mostrando era a maneira que fazia para conservar os meus jogos e não se comia pizza com catchup ou maionese, que diga-se de passagem é gosto pessoal, aqui vão uns pequenos apontamentos.


Em primeiro lugar, esses vernizes spray são fabricados e indicados para o uso em obras de artes, seja em papel, canvas, acrílico vidro, cerâmica ou qualquer outra superfície. Eles são preparados para reagirem bem em qualquer tipo de pigmento ou tinta utilizada na obra de arte. São feitos para protegerem essas superfícies contra umidade, fungos e raios UV. Resumindo, em nenhuma circunstância afetaria o jogo ou seus componentes e traria os resultados esperados que são proteção contra a umidade, fungos e raios UV.


Quanto ao uso de talco, infelizmente não é uma invenção minha, os mesmos talcos antissépticos ou talcos industriais são utilizado para a conservação e proteção de documentos raros que não suportariam processos de restauro ou limpeza. Esses talcos, além de absorverem a umidade existente e qualquer outra que o documento venha ter contato, também absorve a oleosidade naturalmente depositada nos documentos pelo manuseio.


É muito triste ver um mundo novo que construímos a cada dia se tornando tão dependente de conceitos do "copia e cola" e protegidos pelo poder do click no dedinho para baixo. Mas não se acanhe, aliás, na pior das hipóteses é melhor um processo desses que colar o bom e velho papel contact por todo o jogo.



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